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O Nottingham Forest foi bicampeão europeu derrotando gigantes como Liverpool e Real Madrid |
Nas décadas de 70, 80 e 90, os clubes de futebol que mais
se destacaram na terra da Rainha foram o Arsenal e o Liverpool – principalmente
o time da terra dos Beatles, campeão europeu em 1977 e 1978 e líder dos
principais torneios da Inglaterra. Mas um modesto time do leste do país
entraria para a história com um jogo eficiente e com muitos títulos.
Criado em 1865 por um grupo de pessoas que praticava o
shinney – um jogo muito popular no país, semelhante ao hockey, o qual é jogado
sobre o gelo ou na rua, totalmente diferente do convencional. Nessa época, o
futebol começou a surgir com força na Inglaterra – e os responsáveis pelo clube
decidiram trocar o shinney pelo futebol. Os jogadores aprovaram a ideia, e no
dia 22 de março de 1866 foi disputada a sua primeira partida oficial, contra o
Notts County – clube de Nottingham fundado em 1862, conhecido atualmente como o
clube de futebol mais antigo do mundo. Foi o primeiro 0x0 da história do
Forest, que adotou a cor vermelha em seu uniforme oficial como homenagem a
Giuseppe Garibaldi, patriota italiano que usava o vermelho em suas expedições.
O Nottingham Forest era o único clube da Inglaterra a utilizar oficialmente a
cor vermelha – a mesma cor que foi sendo usada por outros clubes com o passar
dos anos (tanto que o Arsenal, logo após sua fundação em 1886, usava as cores
vermelhas em seu uniforme oficial por haver recebido um jogo de camisas doado
pelo Forest).
Após um breve período de transição, a criação de uma nova
comissão para a prática do shinney foi descartada e surge o nome oficial do
clube: Nottingham Forest Football Club.
Após o ano inaugural e de disputar muitos amistosos, os
Reds (como o clube também é conhecido) solicitaram formalmente, com o vizinho
Notts County, o ingresso na Football League (Liga de Futebol) em 1888.
Rejeitado pela principal liga do país, o Forest ingressou na Football Alliance
(Aliança de Futebol) – uma espécie de liga paralela, concorrente à Football
League, a qual durou três temporadas (de 1889 a 1892). Com um time forte na
época, o Nottingham Forest conquistou o título na última temporada da Football
Alliance em 1892 (neste mesmo ano, a Football Alliance fundiu-se com a Football
League, dividindo-as em primeira (com os principais clubes do país) e segunda
divisões.
Após seu primeiro título da história e jogando na divisão
principal do país, o Forest continuou buscando o crescimento no futebol inglês,
com novas conquistas. Logo veio um triunfo importantíssimo: em 1898, os Reds
chegariam à final da Copa da Inglaterra contra o Derby County – que se tornaria
seu maior rival – no Estádio Crystal Palace, em Londres. Vitória de 3x1 e o
primeiro titulo importante na galeria de troféus do Nottingham Forest. Agora
eles eram conhecidos.
Após o triunfo no maior e mais antigo torneio de clubes da
Inglaterra, o Forest queria mais. Uma casa nova. Depois de jogar no Castle
Ground e em seis outros campos diferentes – entre eles até mesmo o Hipódromo da
cidade –, o Nottingham Forest mudou-se em definitivo para o um terreno próximo
ao Rio Trent em West Bridgford, no subúrbio da cidade de Nottingham, em 3 de
setembro de 1898. Esse terreno foi chamado de The City Ground e o clube fez até
uma campanha para angariar fundos junto a membros, simpatizantes e empresários
para realizar a construção do estádio. Com tantas ambições e
dificuldades, foram surgindo os insucessos. No início do
século XX, o Forest foi rebaixado à segunda divisão, e junto com a queda na
Liga, veio uma série de problemas financeiros. Na temporada de 1913-14, o
Forest terminou em último no campeonato da segunda divisão – a pior
participação do clube num torneio desde a sua fundação. No ano seguinte, a
crise se aprofundou e o Forest decretou falência – representantes do clube
comunicaram à Liga que não tinham condições financeiras para pagar suas contas.
Para se manterem vivos, membros da comissão tinham que bancar os custos do
clube. Os contratos dos jogadores foram cancelados e atletas amadores da cidade
foram trazidos ao time. Sorte para o Forest que a Liga foi suspensa por causa
dos conflitos da I Guerra Mundial (1912-1918). Com campeonato nacional paralisado,
os clubes foram disputar torneios regionais. Multidões de fãs atuaram pelo
Nottingham Forest, que continuou a disputar as divisões inferiores no recomeço
da Liga em 1919 até uma nova paralisação em 1939, em decorrência da II Guerra
Mundial (1939-1945).
Com o início do campeonato no pós-guerra, a multidão
continuava a apoiar o time e a esperança de dias melhores aumentava. Mas os
esforços deles não foram suficientes e o Forest foi rebaixado para a terceira
divisão no fim da temporada – o mais baixo escalão a que o clube chegaria em
sua história. Mas esse período teve vida curta: em 1952, os Reds retornariam à
segunda divisão depois de conquistar o título da terceirona no ano anterior. Na
temporada de 1956/57, depois de meio século nas divisões inferiores, o
Nottingham Forest se torna campeão da segunda divisão e consegue finalmente
retornar à divisão principal da Liga. Entretanto, o retorno do Forest ao
cenário nacional não ficaria só por aí.
Em 1959, os Reds voltariam a disputar uma final da Copa da Inglaterra
– desta vez em Wembley. Com 100 mil pessoas presentes na final contra o Luton
Town, o Forest começou de forma avassaladora o caminho para mais uma conquista.
Aos 6 minutos, Roy Dwight (tio da lenda pop Elton John) marcou após um
cruzamento da direita. Cinco minutos depois, o Forest faria 2x0 com Tommy
Wilson, de cabeça. O resultado da partida indicava que a disputa seria
tranquila até o fim, quando, aos 33 minutos, após uma dividida com o zagueiro
McNally, Roy Dwight fraturou a perna direita. Como na época não eram permitidas
substituições, o Nottingham Forest jogou o restante da partida com 10
jogadores. O Luton Town tentou impor uma pressão no segundo tempo – chegou até
a marcar aos 17 minutos com David Pacey –, mas o Forest aguentou bravamente a
pressão do adversário para poder erguer sua segunda Copa da Inglaterra. Com
essa conquista, o Nottingham Forest se tornou o principal clube da cidade,
superando o co-irmão Notts County.
No retorno para casa, os Reds foram recepcionados por
milhares de torcedores. Com esse triunfo, os jogos do Forest no City Ground
atingiam uma média de 40 mil pessoas por partida. Na temporada de 1966/67 – um
ano após seu centenário – os vermelhos de Nottingham foram vice-campeões
ingleses, um feito inédito na história do clube que só havia conquistado
títulos nas divisões inferiores. Mas o sucesso repentino não evitou um novo
rebaixamento em 1972.
Mesmo sendo considerado um clube médio na Inglaterra, o
Nottingham Forest seria conhecido pelo mundo a partir de 1975, quando um homem
chegaria para mudar a história do clube.
Brian Clough, treinador inglês que tinha se destacado no
Derby County com o título da Copa da Liga em 1972, chegou ao City Ground em 6
de janeiro de 1975. Ele e o auxiliar
Peter Taylor tinham a missão de levar o Forest de volta à
divisão principal. A promoção veio na temporada 1976/77 com outros bons
resultados, como a eliminação do Tottenham Hotspur na terceira fase da Copa da
Inglaterra em Londres, com uma vitória de 1x0 – gol do atacante escocês Neil Martin.
De 26 de novembro de 1977 a 25 de novembro de 1978, o
Forest teve uma invencibilidade que durou 42 jogos – recorde que só foi
superado pelo Arsenal em 2004 (26 anos depois), com uma sequência de 49 jogos
sem perder.
Em 1977, Clough demonstraria sua capacidade ao país,
levando o Forest a dois títulos na Inglaterra: a Copa da Liga (derrotando o
poderoso time do Liverpool em duas partidas) e a Premier League. Em 1978, viria
a segunda conquista da Copa da Liga contra o Southampton (placar de 3x2) e a Supercopa
da Inglaterra (FA Charity Shield), com uma goleada de 5x0 no Ipswich Town. Mas
um outro torneio estava em seus planos: a Liga dos Campeões da Europa (na época
chamada de Copa dos Campeões Europeus). A estreia do Forest no principal
torneio de clubes da Europa serviu de teste para as pretensões do time na
competição. Na primeira fase, o adversário era o então bicampeão Liverpool –
com seus craques e um futebol brilhante. Mas o Forest tinha seus trunfos; um
deles era o goleiro Peter Shilton.
Ao lado de Shilton (que é o jogador que mais disputou
partidas pela seleção inglesa, com 125 aparições), o time tinha o lateral Viv
Anderson (o primeiro jogador negro a vestir a camisa da Inglaterra), o meia
norte-irlandês Martin O'Neill, os atacantes ingleses Trevor Francis e Garry
Birties, e os meias escoceses John Robertson, Archie Gemmill e o zagueiro
escocês Kenny Burns.
O primeiro jogo foi disputado no City Ground. Mesmo
debutando no maior torneio de clubes da Europa, o Forest não se intimidou
diante do experiente gigante de Liverpool e abriu o placar aos 26 minutos com o
atacante Garry Birtles. Na etapa complementar, o Liverpool voltou a campo
determinado a empatar a disputa, mas as melhores chances pararam nas mãos de
Shilton. Para piorar a situação do Liverpool, o Forest marcou o segundo gol aos
42 minutos com Colin Barrett, dando uma larga vantagem para o jogo de volta. Já
em Anfield, o Liverpool estava disposto a mostrar sua força e atacou o Forest
desde o início, mas foi incapaz de superar a defesa bem armada por Clough – e
os Reds de Liverpool deram adeus à luta pelo tricampeonato com o placar de 0x0.
Após eliminar o então campeão, o Forest enfrentou o AEK
Atenas da Grécia na segunda fase (vitória do Forest 2x1 em Atenas e 5x1 em
Nottingham), o Grasshoppers da Suíça nas quartas de final (4x1 em Nottingham e
1x1 em Zurique) e o Colônia da Alemanha na semifinal (3x3 em Nottingham e 1x0
em Colônia). Até a final, o Nottingham Forest havia vencido todos os jogos,
marcando 18 gols e sofrendo 7.
Para a grande final em Munique, o Forest encontraria o
Malmö da Suécia, o qual havia passado pelos ucranianos do Dínamo de Kiev, os
poloneses do Wisla Cracóvia e os austríacos do Áustria Viena.
A final disputada no Estádio Olímpico de Munique não teve
boa presença de público porque a decisão não seria disputada por nenhuma das
principais equipes da Europa. De qualquer modo, o Forest tinha um bom número de
torcedores nas arquibancadas. Em campo, o Malmö usava a estratégia de segurar
os ingleses – já que contava com o
afastamento de seis titulares por lesão. Mas os suecos
aguentaram a pressão por 45 minutos – até Trevor Francis marcar de cabeça após
o cruzamento de John Robertson. No segundo tempo, o Malmö não esboçou nenhuma
reação, só evitava tomar mais gols. E a partida terminou com a vitória do
Nottingham Forest por 1x0 e uma conquista jamais imaginada por seus torcedores.
O Forest era apresentado ao mundo.
Com o título europeu, o Forest teria direito de disputar o
campeonato mundial contra o campeão da Taça Libertadores da América.
Entretanto, por falta de datas no calendário do time, os Reds desistiram de
disputar o Mundial com o Olímpia do Paraguai. Coube ao vice-campeão europeu
Malmö enfrentar os paraguaios em dois jogos, com derrota na Suécia por 1x0 e
nova derrota no Paraguai por 2x1 – e mais um vice para os suecos.
Os Reds também disputariam, em 1979, a Supercopa Europeia –
torneio organizado pela UEFA que reúne o campeão da Copa dos Campeões da Europa
e o da Copa da UEFA. O adversário seria o Barcelona da Espanha. Em duas
partidas, uma vitória do Forest (1x0 no City Ground) e um empate (1x1 no Camp
Nou) – e mais uma taça em sua galeria.
Na temporada seguinte, o Forest já ingressava ao campeonato
europeu com moral por ser o então campeão. Mas com um pensamento pra lá de
conservador: “Conquistar a primeira taça foi além dos sonhos dos torcedores
mais loucos. Conquistar a segunda era pura fantasia”.
Mas a fantasia se tornaria real depois de passar por Oster
da Suécia na primeira fase, Arges Pitesti da Romênia na segunda fase, Dynamo
Berlim da Alemanha nas quartas de final e Ajax da Holanda na semifinal.
Derrotou nada menos do que o Real Madrid na semifinal com uma implacável
goleada por 5x1. O jogo no estádio Santiago Bernabeu, em Madri, reservava fortes
emoções para o Forest, pois tratava-se de um jogo mais complicado que a final
de Munique contra o Malmö. Mas o time de Brian Clough estava preparado para
encarar situações complicadas – e contra times de altíssima qualidade. Na
final, enfrentaria outro alemão: o Hamburgo de Felix Magath e Kevin Keegan.
Os Reds jogaram de igual pra igual contra o campeão alemão
e aos 21 minutos John Robertson marcou o gol do título. O fortíssimo time do
Hamburgo tentou de todas as formas chegar ao empate, mas o goleiro Peter
Shilton segurou o resultado com grandes defesas – garantindo ao Nottingham
Forest, um modesto clube da Inglaterra, chegar ao bicampeonato europeu em sua
segunda participação no torneio, com aproveitamento de 100% nas finais (marca
nunca atingida por outro clube). Foi a consagração do clube e de Brian Clough.
Só faltava faturar o Mundial Interclubes, que a partir
daquele ano (1980) seria disputado em um jogo único no Japão. O Forest disputou
o título contra o Nacional do Uruguai, campeão da América daquele ano. Mas os
uruguaios trataram de apresentar seu cartão de visitas aos 10 minutos de jogo
com Victorino, vencendo a decisão por 1x0 e faturando seu segundo título
mundial (o primeiro havia sido em 1971).
O Forest também não teve sucesso na decisão da Supercopa
Europeia contra o Valência da Espanha: vitória por 2x1 no City Ground e derrota
em Valência por 1x0. No resultado agregado, terminou 2x2, mas espanhóis levaram
a taça pelo gol qualificado, ou seja, por marcar um gol fora de casa.
O ano de 1980 também foi marcado pelo fim da parceria de
Peter Taylor com Brian Clough. O auxiliar deixou o clube para seguir a carreira
de treinador.
Na temporada de 1980/81, o Nottingham disputaria sua
terceira Copa dos Campeões da Europa. Na busca pelo tricampeonato, o time nem
teve chance de lutar contra os gigantes, pois foi eliminado na primeira fase
pelo CSKA Sofia da Bulgária, com duas derrotas por 1x0. Seria a última aparição
do Forest na competição.
Em 1983, o Nottingham disputou a Copa da UEFA. Chegou até as
semifinais, quando foi eliminado pelo Anderlecht da Bélgica em circunstâncias
bem duvidosas: um pênalti polêmico marcado a favor dos belgas eliminou o
Forest. Após o confronto, foi provado que o árbitro da partida havia sido
subornado pelo Anderlecht com a quantia de £ 27 mil – mas a UEFA não puniu
ninguém, pois o árbitro em questão acabou morrendo num acidente
automobilístico.
Os títulos estiveram distantes por algum tempo. Em 1989, o
Forest voltaria a figurar o cenário nacional com mais um título da Copa da Liga
(vitória de 3x1 contra o Luton Town) e uma disputa ponto a ponto no campeonato
inglês. Derrotado por Arsenal e Liverpool, o Forest terminou em terceiro lugar.
Mas uma partida contra o Liverpool na semifinal da Copa da Inglaterra foi
marcante para todos os torcedores ingleses. Não pelos belíssimos gols e jogadas
de efeito, mas por uma tragédia nas arquibancadas.
O jogo foi disputado no Estádio de Hillsborough, do
Sheffield Wednesday, no dia 15 de abril de 1989. Os torcedores do Liverpool,
maioria, ingressaram no estádio desordenadamente. Como muitos deles ainda
estavam do lado de fora, foram entrando de maneira desenfreada, esmagando os
que já acompanhavam o início de partida e derrubando o alambrado que separava
as arquibancadas do campo. Informado por um policial que invadiu o gramado, o
árbitro paralisou o jogo aos 6 minutos. O tumulto formado pelos torcedores do
Liverpool resultou em consequências trágicas. Muitos conseguiram entrar no
campo para se salvarem; alguns foram puxados para as arquibancadas superiores;
outros pularam os alambrados. A avalanche de pessoas resultou em 96 mortes – 94
só naquele dia.
O jogo foi adiado por falta de segurança. Marcado para o
dia 07 de maio em Manchester, o Forest não resistiu à força do Liverpool e foi
derrotado por 3x1. Depois do desastre em Hillsborough, a Federação Inglesa
tomou medidas drásticas para banir os hooligans (antes dessa tragédia, os
torcedores do Liverpool haviam causado a morte de 38 torcedores da Juventus no
estádio de Heysel na Bélgica, durante a final da Copa dos Campeões de 1985, a
qual ficou conhecida como a Tragédia de Heysel). Os estádios ingleses tiveram
que ser remodelados, com assentos numerados e sem alambrados. Os torcedores
problemáticos seriam punidos com prisão e até proibição de assistir uma partida
num estádio.
Brian Clough e seus comandados levariam mais um título em
1990, sua quarta Copa da Liga Inglesa, depois de vencer o Oldham Athletic em
Wembley. Seria a última conquista importante de Clough. Em 1991, chegaram a
outra final da Copa da Inglaterra contra o Tottenham, mas foram derrotados
pelos Spurs (de virada) por 2x1, na prorrogação, com um gol contra do zagueiro
norte-americano Des Walker. Em 1992, disputaram mais uma final da Copa da Liga
e foi derrotados novamente – desta vez para o Manchester United, por 1x0.
Depois de uma campanha fraquíssima na temporada 1992/93,
não houve como evitar um novo rebaixamento do Nottingham Forest – após de 16
anos na divisão principal do futebol inglês. As crises financeiras voltaram a
assolar o clube, tanto que foi preciso vender talentos como o inglês Teddy
Sheringham, o norte-americano Des Walker e o irlandês Roy Keane.
Com o rebaixamento e por alguns problemas internos
(inclusive acusações de favorecimento com transferências de jogadores), a
parceria vitoriosa de Clough com o Forest encerraria em 1993, depois de 18 anos
e nove títulos. O maior ídolo do clube abandonou a carreira de treinador para
seguir um tratamento contra o alcoolismo. Ele também foi gerente de futebol no
Wolverhampton em 1995. Brian Clough morreu em Derby City, em 20 de setembro de
2004, aos 69 anos, em consequência de um câncer no estômago.
Com a saída de Clough e na segunda divisão, o novo
treinador seria o ex-lateral campeão europeu em 1979, Frank Clark. Sem seus
principais jogadores, vendidos a clubes de ponta da Inglaterra, o Forest tratou
de se reestruturar. A campanha foi satisfatória, promovendo os Reds de volta à
primeira divisão.
Na temporada de 1995/96, depois de terminar a temporada
anterior da Premier League em terceiro na tabela, o clube voltou a disputar uma
competição europeia após 15 anos. Na Copa da UEFA, o Forest chegou até as
quartas de final, onde foi eliminado pelo Bayern de Munique. Pouco depois, a
crise voltou ao City Ground. Com um rombo ultrapassando os £ 11 milhões, o
clube acabou vendido a um consórcio chamado Grupo Bridgford. Porém, a aquisição
não foi tão promissora dentro de campo, com o Forest terminando em último no
campeonato e sendo rebaixado novamente.
No mesmo ano de 1996, o Estádio City Ground (conhecido
também como Trentside, por ser construído as margens do Rio Trent) com
capacidade de 30.576 mil pessoas, foi selecionado pela UEFA, para ser utilizada
na primeira fase da Eurocopa de 96, disputada no país. Na casa do Forest, foram
realizadas 3 jogos do grupo D (Portugal, Croácia, Dinamarca e Turquia – só a
Dinamarca não havia jogado em Nottingham, pois jogou em Sheffield).
A permanência na segunda divisão não durou muito: com uma
campanha irretocável, o Nottingham Forest faturou o título e retornou à Premier
League. Na temporada 1998/1999, nem o atacante inglês Kevin Campbell e o
holandês Pierre Von Hooijdonk evitaram mais um rebaixamento. A partir daí, o
Forest não voltou mais. Com uma série de problemas internos, financeiros e,
consequentemente, as diversas mudanças no comando do time – incluindo o
ex-atacante da seleção inglesa David Platt – o retorno à Premier League estava
cada vez distante. Quando o torcedor já imaginava que o clube estaria no fundo
do poço por causa das crises técnica e econômica, em 2005 o Forest sofreu um
novo rebaixamento – desta vez para a terceira divisão, só voltando à segunda
divisão em 2007.
Atualmente, o Nottingham Forest está na segunda divisão do
futebol inglês, e há mais de 10 anos não figura entre os gigantes da
Inglaterra, sendo o único clube campeão europeu que não disputa a principal
divisão de seu país. Mas os Reds buscam dias melhores. Na temporada 2010/11,
chegou aos playoffs da Football League Championship (o nome oficial da segunda
divisão inglesa) para definir qual clube seria o terceiro colocado e, de quebra
ganhar, a promoção à Premier League, mas o Forest sucumbiu diante do Swansea
City do País de Gales, o qual venceu a disputa e subiu pela primeira vez para a
divisão principal do futebol inglês, junto com o Queens Park Rangers (campeão)
e o Norwich City (vice-campeão).
Não foi dessa vez que os torcedores viram o Nottingham
Forest, o modesto clube inglês que se tornou gigante no fim dos anos 70, voltar
a seu lugar. Mas o trabalho continua no City Ground. Em 2011, o clube contratou
o ex-técnico da seleção inglesa Steve McClaren e manteve a base – que contam
com o lateral galês Chris Gunter e o atacante Galês Robert Earnshaw – que
chegou à sexta colocação na última temporada. Nesse momento, o maior sonho dos
torcedores do Forest é ver os Reds de Nottingham encontrarem o caminho das
glórias. Pelo menos Brian Clough está lá, imortalizado em estátua, abençoando o
clube que luta pra resgatar a sua história vencedora.
Ficha Técnica: Nottingham Forest Football Club
Ano de fundação: 1865
Federação: Football Association - Football League
Championship (segunda divisão inglesa)
Cidade: Nottingham – Inglaterra
Estádio: City Ground – capacidade para 30.576 mil pessoas
Site Oficial: www.nottinghamforest.co.uk
Titulos: 2 UEFA Champions League (1979 e 1980), 1 Supercopa
Europeia (1979), 1 Campeonato Inglês (1978), 2 Copas da Inglaterra (1898 e
1959), 4 Copas da Liga Inglesa (1978, 1979, 1989 e 1990), 1 Supercopa da
Inglaterra (1978), 3 Campeonatos inglês da Segunda Divisão (1907, 1922 e 1998),
1 Campeonato da Terceira Divisão (1951).